Trump inicia a 1°Guerra Mundial Econômica

Na infância, aprendemos um conceito fundamental: “por mais que você seja o cara mais forte do colégio, você não pode arrumar briga com a escola inteira”. Mesmo sendo o mais forte, se 10 pessoas se unirem contra você, com certeza irá apanhar. Esse é um ensinamento básico de vida que, de algum modo, parece não ter sido apreendido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ao adotar uma postura agressiva e unilateral em suas políticas comerciais e diplomáticas, Trump pode ser visto como o principal responsável pelo início de uma nova forma de conflito global: a 1° Guerra Mundial Econômica.

A história econômica dos Estados Unidos é marcada por decisões que, muitas vezes, buscavam soluções rápidas e diretas para problemas internos, mas cujas consequências reverberaram de maneira global, muitas vezes em formas imprevisíveis. Para Trump, a solução foi simples: uma estratégia protecionista, impondo tarifas sobre as importações para proteger os empregos americanos e reforçar a produção nacional. Mas, conversando com meu amigo Claudio Gradilone, ele me lembrou de algo fundamental: o Smoot-Hawley de 1930. Parece até uma repetição do que estamos vendo agora.

Essa medida foi uma tentativa de proteger a economia americana após a crise de 1929, mas teve o efeito oposto. Ao tentar proteger a indústria americana durante a Grande Depressão, impondo tarifas elevadas sobre uma ampla gama de produtos estrangeiros, levou a  uma reação em cadeia de retaliações de outros países e  agravaram a crise econômica mundial. E aí o óbvio, o resultado foi devastador: as tarifas de Smoot-Hawley não apenas intensificaram a recessão, mas também aprofundaram a Grande Depressão ao reduzir o comércio global. Mas isso é apenas um resfriado perto do que Trump está causando, pois o mundo agora é outro, muito mais interligado.

Agora, vendo o que Trump está fazendo, me parece que estamos vivendo algo muito semelhante. Ele está atacando economicamente diversos países, mas especialmente a China, e assim travando uma guerra contra o mundo inteiro. Trump parece não perceber que, por mais que os Estados Unidos sejam uma superpotência militar e econômica, enfrentar o mundo todo é impossível.  Na história, outras tentativas de países em dominar o mundo ou desafiar diversas nações ao mesmo tempo sempre terminaram em fracasso. A Alemanha, na Segunda Guerra Mundial, e Napoleão, na época de sua expansão imperial, são exemplos claros disso. A história mostra que, quando se tenta enfrentar o mundo, o resultado sempre é a derrota.

Para mim, hoje, o que parecia ser uma estratégia agressiva de negociação se transforma, na verdade, em um cenário de caos econômico e insegurança global. A postura de Trump em retaliar em cima de outras retaliações é apenas uma política de orgulho e demonstração de poder, sem qualquer respaldo estratégico. O orgulho é um defeito que impede o ser humano de reconhecer erros, recuar e de pedir desculpas. Como uma criança orgulhosa, ele vai até o fim com suas decisões, mesmo que isso traga caos e desordem para a economia mundial. E o que isso traz? Inflação, recessão, desemprego, pobreza, e uma instabilidade financeira crescente. E o pior: essa incerteza cria um ambiente onde as pessoas ficam receosas de investir, o que só agrava ainda mais a crise.

Além disso, essa postura isolacionista de Trump começa a gerar uma crescente oposição dentro dos Estados Unidos. A tensão econômica pode levar a movimentos populares mais intensos, com protestos nas ruas, como já está acontecendo. Nenhum presidente, por mais poderoso que seja, consegue se manter no poder em uma democracia com tanta rejeição popular. A impopularidade pode, sim, resultar em um impeachment, como vimos no Brasil com Dilma Rousseff. Nesse cenário, o impeachment de Trump, ou a perda de sua influência política, não é algo descartável.

A história nos ensina que o isolamento econômico e as políticas protecionistas são uma faca de dois gumes. Mesmo que Trump consiga sustentar suas medidas no curto prazo, as consequências no longo prazo podem ser devastadoras para os Estados Unidos. Ao tentar enfrentar o mundo, ele não só coloca em risco a economia americana, como também a liderança global que o país sempre teve. E, como todos os outros que tentaram antes dele, Trump pode acabar aprendendo da maneira mais difícil que ninguém vence uma guerra contra o mundo.

Uma frase define todo este cenário: “Para todo problema econômico complexo, existe uma solução simples e burra”.

Lula prefere ser o Robin Hood porque sai mais barato para o governo

A reforma tributária tem sido um dos pilares do governo Lula para melhorar a sua reputação, entretanto ela pode trazer riscos para a economia ao jogar conta para os mais ricos a responsabilidade de sustentar o país; e eu acho que isso  realmente não é a solução. Essa estratégia pode até parecer justa à primeira vista, mas a realidade é bem mais complexa. Entre as principais alterações propostas estão as novas regras do Imposto de Renda, a taxação dos dividendos e a criação de tributos voltados para os chamados “super ricos”. O discurso oficial fala em reduzir desigualdades, mas o que pode acontecer na prática é que ao tentar se tornar o Robin Hood da política fiscal, tirando dos mais ricos para manter a máquina pública funcionando sem cortes, ele levará a uma fuga de capitais, desestímulo aos investimentos e um agravamento da crise econômica.

A proposta, como todos já sabem, é isentar a carga tributária sobre os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês, em contrapartida, estabelece uma tributação progressiva para aqueles que recebem mais de R$ 50 mil ao mês, ou R$ 600 mil ao ano, que passarão a ser tributados de forma progressiva, com uma alíquota máxima de 10% para rendimentos superiores a R$ 1,2 milhão por ano. Os trabalhadores da classe média serão beneficiados, mas e o custo disso? Quem paga a conta? 

O governo prefere aumentar a tributação sobre quem gera empregos e movimenta a economia, ao invés de encarar o verdadeiro problema: o descontrole dos gastos públicos. Sem um compromisso claro com o corte de gastos públicos, essa medida se torna mais uma forma de transferir o custo do inchaço estatal para o setor produtivo. E mais que isso, o recado que passa ao mercado é preocupante e nada animador: a responsabilidade fiscal ficou em segundo plano, enquanto medidas populistas ganham força. No fim das contas, a preocupação não é o equilíbrio das contas públicas, mas sim a popularidade e a manutenção de uma política de altos gastos.

Além disso, a taxação sobre dividendos é outro ponto polêmico. Durante anos, esses rendimentos foram isentos, e agora o governo quer cobrar sua parte. Parece justo? Talvez, mas esse movimento vai sim afastar novos investimentos, forçando empresários a buscar alternativas no exterior. E obviamente com  um ambiente cada vez mais incerto,  o risco é que a arrecadação pretendida não se concretize, pois o capital simplesmente vai embora, deixando o Brasil com menos empregos e menos crescimento.

As reações do empresariado e do mercado financeiro são óbvias para qualquer um que queira enxergar: preocupação com a desaceleração econômica e a queda na geração de empregos. E temos mais uma vez que dizer o óbvio aqui: o governo precisa se comprometer com a austeridade fiscal e cortar gastos. Redistribuir a carga tributária é apenas uma forma de manter os gastos excessivos sem precisar fazer ajustes estruturais, e isso é um tiro no próprio pé dos brasileiros.

 

Isenção no imposto de renda não é almoço grátis

Quando o governo apresenta uma medida que promete isentar milhões de brasileiros do Imposto de Renda, é difícil não se empolgar. Afinal, quem não gostaria de ver um alívio no bolso, especialmente para a classe média e baixa, que muitas vezes se sente sobrecarregada por tributos? Porém, a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, apresentada pelo presidente Lula, é uma medida populista que esconde custos elevados para os cofres públicos, para a credibilidade fiscal do país e para as contas públicas. Afinal, se não for devidamente analisada, pode resultar em graves consequências para a economia.

A proposta é simples, mas impactante: para aqueles que ganham entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, haverá descontos progressivos, reduzindo o valor a ser pago. Em contrapartida, o governo pretende aumentar a tributação para quem ganha acima de R$ 50 mil mensais, com alíquotas progressivas que podem chegar a 10% para aqueles com rendimentos anuais acima de R$ 1,2 milhão. A medida promete impactar principalmente os mais ricos, que, em muitos casos, pagam menos impostos devido a rendimentos provenientes de fontes isentas, como dividendos. Mas é importante lembrar aqui que essa medida em outros países levou apenas a uma fuga de capital .

A primeira coisa que precisamos entender é que a medida, se aprovada, beneficiará cerca de 10 milhões de pessoas, entretanto custará aos cofres públicos uma perda de arrecadação estimada em R$ 27 bilhões só em 2026. O governo, ao abrir mão dessa arrecadação, enfrenta um desafio: como compensar essa perda em um momento em que já enfrenta um déficit fiscal crescente? Afinal, a perda de arrecadação da classe média e baixa ainda precisa ser compensada.

Para mim, a resposta é clara: ao priorizar medidas populistas em ano eleitoral, o governo coloca em risco a recuperação fiscal e a estabilidade econômica do país. A economia brasileira já enfrenta desafios como inflação alta, baixo crescimento e juros elevados. A isenção do Imposto de Renda, sem um controle adequado dos gastos públicos, é uma estratégia arriscada. O aumento das despesas, com previsão de mais gastos para o ano seguinte, agrava ainda mais o cenário fiscal.

Embora a medida populista possa agradar a alguns, ela gera um custo elevado para as contas públicas, colocando em risco a saúde financeira do país. Entretanto, o maior erro não está só na perda de receita, mas na falta de uma estratégia clara para lidar com o déficit crescente. Quando se perde uma quantia tão grande de dinheiro, a resposta deveria ser a contenção de gastos. Mas, em vez disso, o governo segue ampliando suas despesas, sem a preocupação de garantir que a conta seja fechada no final do mês. E isso, meus amigos, é uma bomba fiscal prestes a estourar.  

Não podemos negar que esse tipo de medida tem um apelo imediato. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que o “almoço grátis” que ela promete não é sustentável a longo prazo. Essa “generosidade” tem um preço. Ao não cortar gastos e ao abrir mão de uma receita bilionária, o governo coloca em risco a estabilidade das contas públicas, a confiança dos investidores e das agências de classificação de risco, tornando o Brasil mais vulnerável a crises econômicas, o que pode resultar em um aumento do prêmio de risco-país, desvalorização da moeda e pressões inflacionárias adicionais. 

 

Inflação não baixa com boné na cabeça

Ultimamente, tenho reparado em uma curiosa tendência nas ruas e nas redes sociais: o uso de bonés com frases nacionalistas, que têm se espalhado por diversos grupos políticos. Esse fenômeno, que já foi observado na candidatura de Donald Trump nos Estados Unidos, com seu icônico “Make America Great Again”, tem ganhado força no Brasil. Figuras como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do governo, têm adotado bonés com a frase “O Brasil é dos Brasileiros”, enquanto membros da oposição se apropriam de bonés com o lema “Comida barata novamente”. Esses acessórios têm se tornado símbolos de identidade política e ideológica, uma forma de se conectar com as massas e reforçar posicionamentos. No entanto, apesar da popularidade crescente dos bonés e dos slogans como “Brasil acima de tudo”, a dura realidade econômica do país permanece: a inflação continua alta e não cede diante de frases de efeito ou gestos simbólicos.

A inflação, que corrói o poder de compra da população, está longe de ser um problema resolvido, e, na minha opinião, é evidente que um boné de político não vai mudar essa realidade. Tanto o governo quanto a oposição precisam deixar de lado as brigas nas redes sociais e enfrentar de forma séria o problema que afeta a vida de todos os brasileiros. O IPCA, principal indicador da inflação no Brasil fechou o ano de 2024 com alta de 4,83% e agora para 2025, a estimativa de inflação subiu de 5,08% para 5,50%. A meta era de 3% com tolerância de até 4,5%, porém como podemos ver o número ainda está bem acima da meta estabelecida pelo Banco Central. 

 Além disso, a inflação tem afetado diretamente a vida dos brasileiros, especialmente em itens essenciais como alimentos e combustíveis. O preço dos alimentos, por exemplo, subiu 8,23% em 2024, com aumentos expressivos em itens básicos como arroz, feijão, carne e óleo. Já os combustíveis, que são um dos maiores vilões da inflação, registraram alta de 9,71% nos últimos 12 meses e  têm gerado uma pressão adicional sobre os preços de outros bens e serviços. 

Essa escalada de preços tem levado o Banco Central a adotar medidas drásticas para tentar controlar a inflação, com a Selic subindo para 13,25% em janeiro, e com a previsão de alcançar 15% até o fim do ciclo de alta. Com os juros elevados, o crédito se torna mais caro, o que desestimula o consumo e ajuda a desacelerar a demanda, o que, teoricamente, poderia aliviar a pressão sobre os preços. No entanto, os efeitos dessa política não são imediatos e podem gerar consequências negativas, como o aumento da inadimplência, o crescimento do desemprego e uma desaceleração ainda maior da economia.

O cenário se torna ainda mais desafiador ao observarmos o impacto da inflação nas camadas mais vulneráveis da população. O poder de compra das famílias foi severamente comprometido, o que tem feito muitos brasileiros verem sua capacidade de adquirir bens essenciais diminuir drasticamente. O custo de vida nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, tem subido de forma alarmante, forçando muitas pessoas a readequar seus orçamentos para conseguir sobreviver. Com o aumento dos juros, a tendência é que, em pouco tempo, também vejamos uma queda nos empregos, agravando ainda mais a situação e tornando o cenário econômico cada vez mais difícil.

No fim das contas, a alta taxa de juros e os constantes aumentos de preços não serão resolvidos com frases em bonés ou gestos simbólicos, mas com políticas econômicas consistentes que possam garantir o controle dos preços sem prejudicar o crescimento econômico. Não adianta símbolos e slogans para atrair apoio, os números da economia não mentem: é preciso mais do que boné na cabeça para resolver a crise inflacionária que atinge a todos. O grande desafio, agora, será encontrar um equilíbrio entre o combate à inflação e a retomada do crescimento econômico, sem que as medidas de austeridade resultem em mais dificuldades para a população, especialmente para os mais pobres.

 

Donald Trump mudará a economia global

A recente reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos promete uma série de mudanças que podem transformar o cenário global. Para alguns suas medidas podem cair como uma bomba, já para outros o cenário pode abrir uma janela de oportunidades. Trump, é conhecido por ser abertamente pró-negócio e defensor de medidas protecionistas, ele traz uma combinação de oportunidades e desafios que devem impactar tanto o mercado financeiro internacional quanto a economia brasileira local. Para os investidores como eu, esse momento requer estratégias bem definidas, especialmente no que diz respeito à diversificação do patrimônio e à exposição ao mercado americano.

Uma coisa é certa, nunca aposte contra a América. A  história recente mostra que a economia americana é resiliente e que mesmo após a crise de 2008, os EUA demonstraram capacidade de recuperação rápida, o que reforça a ideia de que investir no mercado americano pode ser uma estratégia segura e lucrativa no longo prazo. E com isso na minha visão, sob a liderança de Trump, o ambiente para investimentos nos Estados Unidos tende a se tornar ainda mais atrativo, especialmente para empresas e setores ligados à infraestrutura, tecnologia e energia.

Trump construiu sua campanha com promessas que focam no fortalecimento da economia americana. Entre elas estão cortes de impostos, aumento das tarifas de importação e uma postura agressiva no combate à imigração ilegal. Embora essas medidas possam estimular setores internos dos EUA, elas também representam riscos inflacionários e tensões comerciais globais. No curto prazo, tais políticas tendem a atrair mais capital para os Estados Unidos, fortalecendo o dólar e pressionando economias emergentes como o Brasil.

Impactos no Brasil: O Que Esperar?

 

Um dólar mais forte tende a pressionar ainda mais o câmbio brasileiro, que já está acima dos R$ 6,10. Isso significa importações mais caras, produtos subindo de preço e uma inflação ainda mais pressionada. Enquanto isso, temos uma Selic nas alturas, que encarece o crédito e trava o crescimento. Para piorar, o governo ainda não fez cortes de gastos significativos nem avançou em reformas estruturais, deixando a economia mais vulnerável a qualquer turbulência externa. Com Trump reeleito nos EUA, a pressão sobre o Brasil pode aumentar ainda mais, o que torna o cenário ainda mais desafiador.

Além disso, a política protecionista de Trump pode dificultar as exportações brasileiras para os EUA, especialmente em setores como o agronegócio e a indústria. Trump já demonstrou interesse em aumentar tarifas sobre produtos sul-americanos, incluindo os brasileiros, sob a justificativa de que os Estados Unidos pagam taxas excessivas por esses produtos. Esse cenário aumenta os desafios para a balança comercial brasileira e pode exigir maior esforço diplomático para mitigar os impactos.

Por outro lado, essa mesma pressão também cria oportunidades para o investidor brasileiro. Em um cenário de dólar valorizado, manter parte do patrimônio dolarizado é uma estratégia inteligente. Investir em ativos americanos como ações, fundos imobiliários e ETFs pode proteger o capital contra oscilações da moeda  e ainda oferecer exposição a uma economia robusta e diversificada. Para o investidor brasileiro, alocar uma parte do patrimônio em dólar é uma forma de proteger-se contra os riscos locais, como inflação alta, instabilidade política e desajuste fiscal. O dólar, além de ser a moeda de reserva mundial, tende a se valorizar em momentos de crise global, funcionando como um ativo de proteção.

 

Por que não investir em ações em 2025?

Com a taxa Selic elevada, atualmente em 12,25%, e projeções de que possa atingir até 15% ao longo de 2025, a renda fixa se consolida como a melhor opção de investimento para o próximo ano. Taxas de juros altas oferecem retornos seguros e consistentes em ativos de renda fixa, o que naturalmente atrai investidores e reduz a atratividade do mercado de ações e da renda variável como um todo.

Para justificar o risco maior da renda variável, seria necessário que o Ibovespa tivesse potencial de entregar pelo menos 30% de rentabilidade ao ano. Contudo, no cenário atual, não há indicativos concretos de que o mercado de ações poderia alcançar esse patamar. Pelo contrário, fatores como custos de financiamento mais altos para empresas, pressionados pela taxa de juros, afetam diretamente sua lucratividade e, consequentemente, suas cotações.

Quando combinamos esse contexto com as incertezas econômicas e fiscais e a perspectiva de um crescimento econômico limitado, a competitividade da renda variável diminui ainda mais. Em contrapartida, a renda fixa entrega retornos sólidos com menor risco, consolidando-se como a alternativa mais estratégica para 2025.

Por que evitar investir em ações em 2025?

O mercado de ações enfrentará um ambiente desafiador. Internamente, incertezas fiscais e políticas elevam o risco, enquanto externamente, fatores como oscilações nos juros americanos e o dólar, que já ultrapassou R$ 6,10, tornam o mercado acionário mais volátil e imprevisível. Para quem busca estabilidade, essa combinação de fatores torna a renda variável menos atrativa.

Com a Selic em níveis historicamente altos, a renda fixa oferece retornos significativamente atrativos e com menor risco. Investimentos em renda variável precisariam de um desempenho excepcional para superar a segurança e os retornos oferecidos por títulos públicos e outros produtos de renda fixa. A pergunta que fica é: por que correr riscos desnecessários quando a renda fixa oferece o mesmo (ou até mais) retorno com maior previsibilidade?

Outro ponto crítico é o impacto dos juros altos nos setores mais dependentes de crédito, como varejo e construção civil. Essas empresas enfrentam maiores custos para financiar suas operações e projetos, o que reduz sua margem de lucro e, em muitos casos, a capacidade de crescimento. Isso se reflete diretamente em cotações desvalorizadas na bolsa, tornando esses setores menos atrativos para investidores.

A renda fixa, por outro lado, segue em uma direção completamente oposta. Títulos como os atrelados à Selic e os prefixados oferecem uma excelente relação risco-retorno, destacando-se como opções sólidas para o investidor. Em um cenário marcado por alta inflação e incertezas econômicas, esses investimentos proporcionam maior estabilidade e previsibilidade, características essenciais em tempos de volatilidade. Entre as principais alternativas, é possível destacar o Tesouro Selic, Tesouro Prefixado, Debêntures incentivadas, CDBs, LCIs e LCAs. Um destaque especial vai para o Tesouro Prefixado, que pode oferecer ainda mais vantagens no longo prazo. Caso os juros caiam no futuro, os investidores que aplicaram nesse título anteriormente poderão lucrar significativamente, aproveitando taxas contratadas mais altas em comparação com o cenário atual.

Minha recomendação para os investidores em 2025 é clara: aumente a exposição da sua carteira à renda fixa, aproveitando o cenário de juros elevados. No entanto, não se esqueça da importância de manter uma carteira diversificada, equilibrando renda fixa e variável. Essa abordagem permite maximizar os retornos, ao mesmo tempo em que oferece maior segurança financeira frente às incertezas do mercado.

O que acontece se o Dólar chegar a R$ 6,50?

Já pensou o dólar em R$ 6,50? Inimaginável um cenário desses a anos atrás, porém agora se torna cada vez mais uma possibilidade. Uma eventual disparada do dólar desencadearia uma série de efeitos em cascata na economia brasileira, atingindo diretamente os preços, os juros, o consumo e o mercado de trabalho. O impacto seria especialmente severo para a população mais pobre, que já enfrenta dificuldades em meio ao cenário de instabilidade. Diante das incertezas fiscais, da instabilidade política e da pressão externa, esse cenário, embora extremo, está longe de ser impossível.

Inflação em alta: o impacto direto no custo de vida

O primeiro e mais imediato reflexo de um dólar a R$ 6,50 seria uma nova explosão inflacionária. Com o câmbio pressionado, produtos importados e insumos que dependem da moeda americana teriam seus preços elevados, impactando diretamente setores como combustíveis, alimentos e tecnologia. Esse aumento nos custos seria repassado ao consumidor final, comprometendo ainda mais o poder de compra da população; ou seja, abastecer o carro que já não está fácil, ficaria praticamente impossível. 

Selic em nova alta: a resposta do Banco Central

Para conter essa inflação descontrolada, o Banco Central teria de adotar uma postura ainda mais agressiva, elevando novamente a taxa Selic. Atualmente em 12,25%, após uma alta recente de 1 ponto percentual, a elevação dos juros encarece o crédito, dificultando investimentos e o acesso a financiamentos, tanto para empresas quanto para consumidores.  Esse cenário não apenas desacelera a economia, mas também agrava a dívida pública, já que uma parcela significativa está atrelada à taxa básica de juros, aumentando os custos do governo e pressionando ainda mais as contas públicas.

Efeito dominó no mercado corporativo

Para as empresas, o cenário seria especialmente desafiador. Com o aumento dos custos de insumos e da dívida, muitas companhias enfrentariam dificuldades para honrar compromissos financeiros. Ao mesmo tempo, o crédito mais caro inviabilizaria novos investimentos, comprometendo expansões, inovações e até mesmo a manutenção das operações atuais. O que pode levar muitas delas a reduzirem custos, demitir funcionários e até mesmo decretarem falência.

Consumo em queda e desemprego em alta

Com o poder de compra reduzido pela inflação e o acesso ao crédito cada vez mais limitado, o consumo das famílias sofreria uma retração significativa. Esse cenário afetaria diretamente o desempenho de setores como varejo, serviços e indústria. Consequentemente, muitas empresas se veriam forçadas a reduzir custos, o que poderia resultar em cortes de postos de trabalho. O aumento do desemprego agravaria ainda mais a situação, criando um ciclo vicioso de desaceleração econômica. Em resumo, as pessoas consumiriam menos e o cenário de pobreza no país aumentaria.

Um dólar a R$ 6,50 não é apenas um indicador de desvalorização cambial, mas também um sinal de alerta sobre os riscos de instabilidade econômica e social. O dólar nesse patamar, tem o poder de afundar o Brasil e toda a nossa economia. Para evitar esse cenário, é essencial que o governo adote medidas fiscais robustas, recupere a confiança dos investidores e reforce a credibilidade de sua política monetária; pois acho que já passou da hora de entenderem que não dá para viver só de discursinho e promessa, o mercado pede medidas. 

 

Dólar vai atingir R$ 6,10 ou retornar aos R$ 5,90 até o fim do ano?

O valor do dólar em relação ao real tem sido um dos principais temas de debate entre economistas, investidores e o público em geral. Desde o início do ano, a moeda americana segue em trajetória de alta e já se valorizou quase 20%, atingindo a maior cotação desde o Plano Real, acima de R$ 6,00.  De um lado, muitos críticos apontam o governo como culpado, argumentando que o pacote fiscal apresentado foi insuficiente para enfrentar os desafios econômicos atuais. Do outro lado, há aqueles que acreditam que as pressões externas como as políticas monetárias globais, a instabilidade política nos Estados Unidos com a eleição e o protecionismo de Trump têm um papel significativo na valorização do dólar. Independentemente da perspectiva, a grande questão persiste: o dólar continuará a subir ou começará a ceder e a voltar a cair?

Sem dúvida, a recente valorização do dólar pode ser atribuída, em grande parte, ao “ruído” fiscal causado pelo pacote econômico do governo. Medidas como a contenção de gastos e a proposta de isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil desancoraram o comportamento do real, sinalizando que o governo dificilmente atingirá o superávit primário apenas com ajustes fiscais, gerando incerteza, especialmente quanto à evolução da inflação. 

No entanto, é importante destacar que o câmbio da moeda americana não reflete apenas a situação interna do Brasil, mas também a dinâmica global. Variáveis externas, como a política monetária nos Estados Unidos e a inflação no Brasil, desempenham um papel crucial nesse processo. Ou seja, a estabilidade do real não depende exclusivamente das ações internas do Brasil. Além disso, é fundamental analisar os diversos fatores que influenciam o câmbio, bem como os cenários possíveis para entender as forças que estão por trás dessa valorização do dólar e o que pode ocorrer nos próximos meses.

Fatores que Podem Levar o Dólar a R$ 6,10

O cenário atual aponta para uma série de desafios econômicos tanto no Brasil quanto no exterior.  No Brasil, os juros elevados adotados pelo Banco Central para controlar a inflação restringem o consumo e os investimentos, além de prejudicar a competitividade das empresas, o que impacta negativamente a confiança no real. A fragilidade fiscal e as incertezas sobre a dívida pública geram risco, levando investidores a preferirem o dólar, considerado mais seguro.  Já com a inflação elevada, aliada à desaceleração da produção industrial, gera um quadro de estagnação econômica. A falta de competitividade no mercado interno e o aumento de custos de produção, como a alta do dólar, impactam ainda mais a recuperação da economia e reforçam as pressões sobre o câmbio.

No cenário externo, o Fed tem adotado uma política monetária de cortes, que pode ser interrompida com a entrada de Trump na presidência. Se o Fed mantiver ou aumentar as taxas de juros, o dólar pode continuar a se valorizar em relação ao real. Outros fatores como as crises políticas e econômicas em outras regiões, como na Europa ou na Ásia, podem causar aversão ao risco global, fazendo com que os investidores migrem para o dólar, considerado um porto seguro. Além disso, questões como a guerra comercial entre grandes potências e as tensões geopolíticas podem acentuar a demanda pela moeda americana.

Fatores que Podem Fazer o Dólar Retornar aos R$ 5,90

Se o Brasil conseguir superar alguns dos desafios fiscais e impulsionar a recuperação econômica, isso pode gerar maior confiança no real. A retomada da produção, um mercado de trabalho mais aquecido e o aumento da confiança do consumidor podem contribuir para a valorização da moeda nacional. Além disso, se o Banco Central conseguir controlar a inflação de forma eficaz, mantendo-a dentro das metas estabelecidas, haverá menos necessidade de uma política monetária agressiva. Com isso, a economia poderia se estabilizar e gerar um ambiente mais favorável, ajudando a reduzir a pressão sobre o câmbio.

Já no cenário externo, caso o Fed continue em ciclo de queda de juros, o dólar pode perder força, permitindo que moedas emergentes, como o real, se valorizem. Um fator adicional que pode contribuir para essa valorização é a melhora nos preços das commodities, setor no qual o Brasil desempenha um papel de destaque como grande exportador. A alta nos preços de produtos como soja, minério de ferro e petróleo tende a fortalecer a balança comercial brasileira, aumentando a entrada de dólares no mercado. Além disso, a redução da aversão ao risco global ajudaria muito, com a estabilização da economia global e o fim de crises externas poderiam melhorar a percepção dos investidores sobre mercados emergentes.

 

De qualquer forma, a trajetória do câmbio permanece incerta e será impactada por diversos fatores que exigem atenção dos investidores. Mas diante do cenário atual e das projeções de alta a curto e médio prazo, na minha opinião é bem provável que a moeda chegue a R$ 6,10 até o fim do ano.

Corte de Gastos: Economia de R$ 156,9 bilhões em 5 anos será à custa dos mais pobres

O pacote de medidas de corte de gastos anunciado pelo governo Lula, essa semana entrou na mira dos analistas econômicos especialmente em relação ao trabalho de Fernando Haddad à frente da Fazenda. O objetivo era,  claro,  controlar o déficit fiscal e tentar equilibrar as contas públicas, especialmente com a inflação em alta, conforme mostram as previsões do Boletim Focus. Porém, após o anúncio, o dólar chegou a bater sua máxima histórica acima dos R$ 6,00 , valor mais alto desde a criação do plano real.

À primeira vista, parece que o governo estava adotando as medidas necessárias para melhorar a economia, com uma estimativa de até 2026, economizar R$ 70 bi e em 5 anos 327 bilhões de reais, com mudanças no reajuste do salário mínimo, no abono salarial, aposentadorias dos militares, entre outros. Mas, ao olhar mais de perto, ficou evidente que alguns setores estão sendo pouco ou nada impactados pelos cortes, enquanto outros, como o reajuste do salário-mínimo e áreas essenciais como saúde e educação, estão na mira. Para mim o mais impressionante foi que, deste pacote todo, em 5 anos os R$ 156,9 bilhões arrecadados serão apenas as custas dos mais pobres, ou seja, quase a metade do valor total do previsto no arcabouço.

O que mais me incomoda nessa história toda é que, enquanto o governo se esforça para ajustar a política fiscal, as reformas mais profundas ficam de fora. A falta de mudanças estruturais em setores estratégicos, como os gastos com os militares e as despesas políticas, coloca em xeque a real disposição do governo em promover uma transformação mais justa e eficaz nas finanças públicas.

Uma das principais mudanças sinalizadas no arcabouço é o reajuste do salário-mínimo. Hoje, o piso salarial é ajustado com base na inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, o que garante um aumento real para os trabalhadores. Este ano, por exemplo, o reajuste foi de 6,97%, com 3,85% de reposição da inflação e o restante de crescimento real. Com a nova regra anunciada pelo ministro Fernando Haddad, o aumento real do salário mínimo vai ficar sujeito ao limite imposto pelas regras do arcabouço fiscal, já que muitas das despesas da União estão indexadas ao salário mínimo. 

A proposta é manter a regra de crescimento real pelo PIB, mas a variação real estará nos limites do arcabouço fiscal, que é de 0,6% a 2,5%. Isso significa que o governo busca que o crescimento das despesas seja controlado, alinhando-se à inflação e ao crescimento econômico do país, economizando só com essa medida 109,8 bilhões em cinco anos. Isso pode ser uma medida necessária para controlar os gastos, mas me preocupa bastante, pois coloca em risco o poder de compra dos trabalhadores mais pobres, que dependem diretamente do salário-mínimo para sobreviver.

Outro anúncio de corte para a população está relacionado ao Abono Salarial, o proposto foi uma redução do limite de renda para ser elegível ao benefício. Pela regra atual, tem direito ao abono salarial o trabalhador que recebe até 2 salários mínimos, ou seja, 2.824 reais, já com a nova regra, o limite será fixado em 2.640 reais e  será corrigido pelo INPC até chegar ao limite máximo de 1,5 salário mínimo; economizando aí para o governo por volta de 18,1 bilhões de reais em 5 anos. Além disso, outros cortes e um pente fino estão previstos no BPC e no Bolsa Família, somando R$ 29 bilhões até 2030.

O maior problema, porém, está na exclusão de certos setores dos cortes e em cortes mínimos em setores que são de fato um gasto para o país. A começar pelas Forças Armadas e as áreas políticas, que parecem estar livres de ajustes significativos. Enquanto o governo tenta cortar gastos em áreas como saúde, educação e assistência social, os militares continuam com privilégios que oneram as contas públicas, sem que se faça um debate mais profundo sobre isso. Esse privilégio se torna ainda mais evidente quando olhamos para o acordo recente entre o governo e as Forças Armadas sobre a mudança nas regras da Previdência militar, alterações essas que ainda são pequenas, especialmente quando se considera o custo elevado com salários, pensões e benefícios para esse setor.

Entre as poucas mudanças acertadas, está a perda do direito à pensão para familiares de militares expulsos das Forças Armadas (algo que, sinceramente, já deveria ter acontecido, pois muitas dessas expulsões são devido a crimes cometidos por eles), além do aumento da idade mínima para a transferência para a reserva remunerada, dos 50 para os 55 anos economizando assim segundo estimativa, 6 bilhões de reais em 5 anos. Embora essas mudanças representam um avanço em termos de disciplina fiscal dentro desse setor, o fato é que o governo ainda se abstém de um debate mais profundo sobre as regalias militares. O gasto com militares no Brasil é, historicamente, uma das maiores fontes de despesas públicas, e uma reforma mais robusta no setor poderia contribuir significativamente para a redução do déficit fiscal.

Além disso, há a questão das áreas políticas, com seus altos custos em cargos comissionados, salários e benefícios. A estrutura do governo, com tantos ministérios, estatais e cargos de confiança, representa uma fatia considerável do orçamento público. No entanto, o governo parece hesitar em tocar nesse sistema de privilégios, que envolve custos elevados para o contribuinte. Até o momento só foi mencionado o teto do salário que passará a ser “fiscalizado”, e até então não houve apresentação sobre o impacto na redução de gastos. O que mais uma vez reforça a sensação de que a austeridade fiscal está sendo aplicada de forma desigual.

A minha principal crítica a esse modelo de cortes é a sua seletividade. O governo parece proteger setores com maior poder político e econômico, como os militares e a política, enquanto áreas essenciais para a população, como saúde e educação, enfrentam ajustes severos. Isso cria um descompasso entre o discurso de austeridade e a realidade das contas públicas, evidenciando que os cortes não estão sendo distribuídos de maneira justa. O Brasil enfrenta uma crise fiscal estrutural, e a solução precisa passar por reformas profundas em diversos setores. Contudo, a falta de um ajuste mais amplo e a aplicação seletiva de cortes arriscam minar a credibilidade do governo e aprofundar as desigualdades sociais.

Brics: A inclusão de regimes hostis ao Ocidente coloca a economia brasileira em risco

Nos últimos anos, o Brics: se firmou como um gigantesco bloco econômico e político no cenário mundial, juntando grandes potências como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com a possibilidade de expansão para novos membros, a entrada de países com regimes considerados hostis ao Ocidente levanta preocupações sérias sobre as consequências para a economia brasileira.

Para contextualizar vocês, aconteceu o seguinte: regimes como os da Venezuela, Belarus e até mesmo o Talibã pediram para fazer parte dos Brics: A economia brasileira que já enfrenta seus próprios desafios, como a inflação alta, incertezas fiscais e a saída de capital estrangeiro, está se colocando em um momento ainda mais delicado, e que, na minha opinião e de diversos outros economistas, pode complicar ainda mais a situação brasileira.

Felizmente, e graças a um bom trabalho de diplomacia, a Venezuela foi excluída da lista de possíveis novos parceiros do Brics: Essa decisão reflete o desejo do Brasil de evitar a inclusão de países com governos contestados, especialmente aqueles que enfrentam críticas dos EUA. No entanto, fiquei surpreso com isso, já que, apesar de o presidente Lula ter questionado a legitimidade da eleição na Venezuela, ele ainda mantém uma boa relação com Maduro.

Contudo, os Brics decidiram incluir países como Cuba, que têm tensões diretas com os EUA. A lista dos 13 novos países selecionados como membros associados ainda será confirmada, porém a entrada de regimes controversos pode resultar em repercussões econômicas significativas para o Brasil, especialmente porque os Estados Unidos são um dos nossos principais parceiros comerciais.

A percepção de um alinhamento brasileiro com regimes considerados antiocidentais pode levar a sanções, retaliações ou restrições comerciais dos EUA, prejudicando setores estratégicos da economia brasileira, como o agronegócio e a exportação de commodities. Além disso, a inclusão de novos membros pode fortalecer a influência geopolítica do Brics, criando um alinhamento que rivaliza com o G7, do qual os EUA fazem parte.

E não para por aí: a ampliação do Brics pode influenciar a política monetária do Brasil. A diversificação de parcerias comerciais poderia reduzir a dependência brasileira do mercado americano e promover maior estabilidade nas exportações. Entretanto, essa transição não é simples, já que o dólar ainda domina o comércio internacional. Um afastamento excessivo do sistema financeiro ocidental, liderado pelos EUA, poderia desestabilizar a economia brasileira, afetando a confiança dos investidores e resultando em maior volatilidade nos mercados.

Nesse cenário, é positivo para o mercado que o presidente Lula tenha se manifestado contra essa expansão, buscando preservar a estabilidade econômica e as transações comerciais do Brasil. Essa postura se torna ainda mais relevante à medida que o Brasil se prepara para assumir a liderança do Brics no próximo ano. Para o Brasil, o desafio vai além de apenas diversificar parcerias; é essencial manter relações saudáveis com nossos tradicionais parceiros comerciais, especialmente os Estados Unidos. Esse equilíbrio será fundamental para assegurar um desenvolvimento econômico sustentável e evitar conflitos significativos.